
Por Ivana Bentes
Sempre existiu uma cultura e economia do ódio no Brasil, aliás, faz parte da nossa história dos assujeitamentos, da história da escravidão e da estrutura patriarcal essa construção de inimigos que são desumanizados e demonizados – o que permite odiá-los sem culpa.
Podemos dizer que o ódio virou um modulador de relações em um cenário caótico e incerto, em que rivalidades e disputas de todo tipo se sobrepõem ao que seria uma luta coletiva por direitos.
No Brasil, vivemos uma espantosa ascensão de discursos de ódio contra direitos e conquistas recém adquiridos, como se direitos fossem privilégios reversos. Ódio aos negros “privilegiados” pelas cotas raciais nas universidades, ódio aos pobres “privilegiados” pelo Bolsa Família, ódio às mulheres “privilegiadas” por serem protegidas por lei contra a violência doméstica e familiar, ódio renovado aos grupos LGBTQI+ pela criminalização da LGBTfobia.
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