Nos votos totais, “centrão” toma espaço do MDB e PSDB. PT e PSOL crescem em relação a 2016, enquanto PDT e PC do B caem. PSB e Rede desabam. O que é esse centrão? Difícil dizer, em geral é conservador, mas tem vários prefeitos lá que eram do PT, mas saíram com a ascensão da direita.
O cientista político franco-italiano Giuliano Da Empoli pesquisa a relação entre as redes sociais e a ascensão ininterrupta da extrema direita populista no mundo.
Para ele, esse movimento – que no Brasil é liderado pelo presidente Jair Bolsonaro – é fruto de uma mistura entre intuição e cálculo. A intuição é parte da habilidade política desses novos líderes. O cálculo é parte do trabalho do que o autor chama de “engenheiros do caos” – nome dado por ele aos especialistas em transformar algoritmos em votos.
O tema foi exposto por Da Empoli em seu livro mais recente, cujo título é auto-explicativo: “Os engenheiros do caos: Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições”, disponível em português, no Brasil, pela editora Vestígio.
Será que agora dá para a imprensar deixar de passar pano, parar de chamar absurdos de polêmicas e enxergar que o Aliança para o Brasil é um partido com ideário fascista, projeto nacionalista autoritário e pretensão de manipular os piores sentimentos morais e religiosos? 38, o famoso número do trabuco, é simbólico do calibre do retrocesso em curso no Brasil e da ameaça real à nossa democracia. Até o símbolo foi feito com cápsulas de bala. Com vocação cesarista, é um partido familiar que reúne o pior do conservadorismo dito cristão no país. Em nome de uma suposta agenda liberal que estimula o empobrecimento do país, a precarização do trabalho e ignora necessidades sociais, setores da sociedade civil vão tolerar um caminho claro de atraso e barbárie? O caminho é esse mesmo? A paz dos cemitérios e a intensificação da exclusão social são as ofertas de Bolsonaro e companhia ao país. Parabéns aos que estão fechando os olhos e se omitindo em relação ao Partido da Família, da Bala e da Bíblia. Assim é com as democracias morrem.
A tese é defendida pelo cientista político alemão de origem polonesa e professor de Harvard, Yascha Mounk, que chegou nesta quarta, dia 24, ao país e fez uma palestra na Universidade de Brasília (UnB).
Não que as diferenças entre os partidos não sejam importantes. São, mas seus estudos apontam que governos populistas, que ameaçam o sistema democrático, normalmente são longos.
Mounk demonstrou essa situação de populismo longevo com a Hungria. “Não acredito mais nas eleições da Hungria, que desde 2010 está sob o domínio de populistas. A Polônia tem a última oportunidade nas eleições deste ano”.
O cientista político apontou o perigo do crescimento rápido do populismo no mundo. “Os governos dos países mais populosos como EUA, Indonésia e Brasil são populistas e ameaçam a democracia”, afirmou.
Postado por Valentin FerreiraNovo presidente chegou ao poder prometendo estabelecer uma nova ordem política, econômica e social no país. Mas seu gabinete é um emaranhado de interesses muitas vezes contrários. Seu primeiro desafio será conciliá-los.
Política sem ideologias e sem clãs partidários – é com essa promessa que Jair Messias Bolsonaro chega à Presidência do Brasil. O resultado é um governo dos mais variados matizes. Sete políticos “verdadeiros” estão no governo, além de sete militares e oito “tecnocratas”. Será difícil harmonizar as diversas visões de mundo.
A trincheira mais evidente existe entre os chamados “Chicago Boys” e os militares, que também incluem Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão. Os economistas liberais que rodeiam o guru das Finanças e superministro Paulo Guedes querem podar o Estado para um mínimo, salvando-o assim de um colapso. Se o Brasil não voltar a encontrar rapidamente o caminho do crescimento, o governo corre o risco de fracassar. “É a economia, estúpido!”
Os termos “direita” e “esquerda” foram criados durante a Revolução Francesa (1789–1799), e referiam-se ao lugar onde políticos se sentavam no parlamento francês, os que estavam sentados à direita da cadeira do presidente parlamentar foram amplamente favoráveis ao Ancien Régime.(…)
(…)Com a Assembleia Nacional Constituinte montada para criar a nova Constituição, as camadas mais ricas não gostaram da participação das mais pobres, e preferiram não se misturar, sentando separadas, do lado direito. Por isso, o lado esquerdo foi associado à luta pelos direitos dos trabalhadores, e o direito ao conservadorismo e à elite.
Dentro dessa visão, ser de esquerda presumiria lutar pelos direitos dos trabalhadores e da população mais pobre, a promoção do bem estar coletivo e da participação popular dos movimentos sociais e minorias. Já a direita representaria uma visão mais conservadora, ligada a um comportamento tradicional, que busca manter o poder da elite e promover o bem estar individual.(…)