
Por Frei Betto
Entramos na Semana Santa. Todo o mundo, o Brasil de modo especial, vive há mais de um ano em plena Sexta-Feira da Paixão: quase 3 milhões de mortos pela Covid, dos quais mais de 300 mil em nosso país.
Dói a incerteza da doença em milhões de infectados; dói nas famílias dos mortos; dói a ausência de velórios; dói nos trabalhadores da saúde que, exaustos, sabem que não podem fazer milagres na falta de insumos, remédios, oxigênio e leitos; dói no bolso dos comerciantes que veem seus negócios falidos; dói no risco cotidiano enfrentado pelas pessoas obrigadas a sair de casa para trabalhar; dói ao viajar no transporte coletivo lotado; dói na falta de crédito facilitado a quem vê o seu empreendimento fechar, e dói por não ser permanente e suficiente o auxílio emergencial a tantos que precisariam ficar em casa e, ao mesmo tempo, se alimentar, pagar aluguel, e as contas de água, luz, telefone etc.
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